INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A síndroma de insuficiência cardíaca (IC) é, hoje em dia, um dos problemas de saúde mais comuns no nosso país e no mundo desenvolvido. Aliás, é a causa mais comum de internamento hospitalar acima dos 65 anos e a sua mortalidade pode chegar aos 50% ao fim de 5 anos.
O seu tratamento acarreta custos elevados, o que implica uma sobrecarga económica/financeira tanto para os doentes, serviços nacionais de saúde e sociedade como um todo. Felizmente, hoje em dia dispomos de medicamentos e intervenções altamente eficazes que, se implementadas a tempo, podem melhorar muito substancialmente a qualidade de vida e o prognóstico dos doentes com IC.
Considerando que a sobrevida de doentes com IC melhorou gradualmente nas últimas décadas, a sua prevalência está a aumentar constantemente. Além disso, muitos doentes com outras doenças cardiovasculares sobrevivem aos eventos primários, mas acabam por vir a desenvolver IC no futuro.
A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) define a IC como uma síndroma constituída por sintomas, com ou sem sinais típicos de congestão e/ou baixo débito cardíaco, tais como como falta de ar ou pressão venosa jugular elevada, e evidência objetiva (geralmente, ecocardiográfica) de uma alteração estrutural ou funcional do coração em repouso ou em esforço.